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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Atualização e conto.

Novamente me ausentei por algum tempo. Estou trabalhando muuuito e com isso só penso em dormir... Mas não esqueci de atualizar não, até meu Tumblr anda meio parado.... Enfim... Sem tempo para cozinha também, o que me deixa mais triste ainda...
De qualquer forma pretendo compensar com um pequeno esboço de um trecho da última estória que estou  escrevendo. Espero que gostem... (ou não) rsrs..
(Love's Requiem - trecho)
"E mesmo quando tudo parecia perdido, eles ainda tinham um ao outro...
Ela arfava aflita enquanto observava-o descer pelas pesadas cortinas do grande salão do palácio, rasgando o grosso tecido com a adaga que roubara dela algum tempo antes.
Ele era sua aventura proibida e que lhe dava tanto desejo de se libertar. Era seu verdadeiro amor e sabia que também o era para ele, afinal ele viera buscá-la, destemido, e sorria com desdém enquanto brandia o sabre contra os guardas do palácio. Olhava à tudo atenta com uma das mãos sobre o ventre, como se protegesse o filho de ambos.
Fora uma luta rápida, pois ele era um excelente espadachim, apesar de suas raízes, sua experiência todos estes anos como pirata nos mares mediterrâneos lhe renderam uma incrível habilidade com os mais variados tipos de armas brancas.
Ele aproximou-se dela olhando-a nos olhos, neste momento ela estava só, pois suas damas de companhia e as outras esposas, haviam fugido horrorizadas com a luta. Ele tocara seu rosto, com a mão quente sobre sua pele delicada, com a outra mão acariciou de leve sua barriga e sorriu.
Ela podia sentir a energia que emanava do corpo dele por causa da adrenalina da luta. Ele encostou a testa suada na dela, seus cabelos longos, colados no rosto e no pescoço, sua camisa de linho branco, rasgada em uma das mangas, onde havia sido ferido durante um descuido na batalha. Ela tocou-lhe o braço e ele lhe disse "não há tempo... vamos embora..." pegando sua mão e puxando-a, ela o acompanhou rapidamente, naquele dia havia escolhido ela mesma as roupas mais leves e práticas, para facilitar sua fuga.
Correram pelo longo salão em direção aos corredores laterais, mas já podiam ouvir os passos apressados dos guardas do sutão, que vinham de todas as direções. Ela sentiu um aperto no peito neste momento; Quando viraram em um dos corredores se viram frente à frente com vários guardas, ele gritou "vem" e a puxou para o outro lado no corredor mas era tarde e eles estavam cercados; Ele sacou o sabre e a colocou para trás dele... Neste momento, ouviu-se palmas e uma risada irônica, passos lentos e arrastados pelo corredor, ela tocou-lhe o braço, segurando-o, podia sentir as pernas fraquejando...
Ele estava tenso, segurada firmemente a espada, com a respiração controlada, observava ao redor tentando descobrir algum meio de escapar, mas eram muitos os soldados, sentia as mãos dela geladas na sua pele. Alguns soldados abriram espaço, quando o sultão aproximou-se cessando as palmas: "Muito bem... Belo espetáculo o seu... "; Falou sorrindo, olhando-o de cima abaixo, porém quando seus olhos pousaram nela, seu sorriso se extinguiu. A raiva começou a fazê-lo tremer, gotas de suor brotavam na sua testa: "Peguem-na!"; ordenou o sultão, Samir adiantou-se movendo o sabre, mas ela tocou seu braço, passando para a frente dele, fazendo-o baixar a arma.
Ele segurou-a, suplicando-lhe com o olhar para que ela não cedesse, mas ambos sabiam qual seria o fim...
Os guardas a puxaram pelos braços, enquanto outros o seguravam e desarmavam. A levaram para a frente do sultão que a olhava com ódio; Dirigiu um olhar para Samir e com um aceno da cabeça apontou a adaga que pertencia à ela e que ele lhe dera de presente... O conselheiro então aproximou-se do preso que estava sendo segurado pelos guardas, com um gesto fez com que os mesmos levantassem a cabeça dele, puxando-o pelos cabelos... Um dos soldados lhe estendeu a adaga e ele levou-a ao sultão que a pegou com as mãos trêmulas de ódio.
O homem que a segurava curvada, a puxou para que ficasse ereta perante o soberano, que desembainhava a adaga cuja lâmina reluzia à luz das lamparinas que iluminavam os corredores, ela arregalou os olhos, sabia que morreria e junto com ela morreria o fruto do seu amor proibido, a criança que carregava e a quem já dava tanto carinho...
O sultão aproximou-se, com a adaga nas mãos, olhando-a nos olhos. Ele a amara, amara verdadeiramente e de uma maneira que jamais amara qualquer outra, porém esta ferida que ela lhe causara estava dilacerando-o inteiramente... Tocou-lhe o rosto, passando os dedos pelas lágrimas que lhe molhavam as faces e não paravam de escorrer, Samir tentou se soltar no outro lado, mas um dos soldados lhe deu um soco no estômago, ela olhou na sua direção e abafando um soluço, as lágrimas caindo cada vez mais.
Derepente sua cabeça foi puxada com força para trás, pelos cabelos, quase no mesmo instante, um dos homens que segurava Samir o fez levantar a cabeça para assistir. O sultão olhou-a nos olhos novamente e cravou a adaga em seu ventre.
Ela abrira a boca em um grito mudo, apertando os olhos, sentindo a dor mais insuportável que poderia imaginar, suas pernas enfraquecendo...
A adaga era girada e movida de um lado a outro dentro de sua carne e seu sangue escorria quente por suas pernas e pingava no chão, formando uma poça. A última coisa que ouvira fora o grito de seu amado, antes do mundo à sua volta se tornar apenas o ruido do coração de seu filho, que diminuia aos poucos, sentiu seus joelhos cederem e no chão, levou as mãos ao ventre ensanguentado, apertando-o...
Já não sentia mais a vida dentro de si, ouvia seu próprio coração abandonando-a. Ela deixou o corpo cair para o lado, o rosto no chão frio, olhou para seu escolhido, Samir, que chorava e lutava para se soltar. Viu quando os soldados iniciaram o espancamento que o levaria à morte, mas não sentia mais, só o frio e derepente: nada."