Novamente me ausentei por algum tempo. Estou trabalhando muuuito e com isso só penso em dormir... Mas não esqueci de atualizar não, até meu Tumblr anda meio parado.... Enfim... Sem tempo para cozinha também, o que me deixa mais triste ainda...
De qualquer forma pretendo compensar com um pequeno esboço de um trecho da última estória que estou escrevendo. Espero que gostem... (ou não) rsrs..
(Love's Requiem - trecho)
"E
mesmo quando tudo parecia perdido, eles ainda tinham um ao outro...
Ela
arfava aflita enquanto observava-o descer pelas pesadas cortinas do
grande salão do palácio, rasgando o grosso tecido com a adaga que
roubara dela algum tempo antes.
Ele
era sua aventura proibida e que lhe dava tanto desejo de se libertar.
Era seu verdadeiro amor e sabia que também o era para ele, afinal
ele viera buscá-la, destemido, e sorria com desdém enquanto brandia
o sabre contra os guardas do palácio. Olhava à tudo atenta com uma
das mãos sobre o ventre, como se protegesse o filho de ambos.
Fora
uma luta rápida, pois ele era um excelente espadachim, apesar de
suas raízes, sua experiência todos estes anos como pirata nos mares
mediterrâneos lhe renderam uma incrível habilidade com os mais
variados tipos de armas brancas.
Ele
aproximou-se dela olhando-a nos olhos, neste momento ela estava só,
pois suas damas de companhia e as outras esposas, haviam fugido
horrorizadas com a luta. Ele tocara seu rosto, com a mão quente
sobre sua pele delicada, com a outra mão acariciou de leve sua
barriga e sorriu.
Ela
podia sentir a energia que emanava do corpo dele por causa da
adrenalina da luta. Ele encostou a testa suada na dela, seus cabelos
longos, colados no rosto e no pescoço, sua camisa de linho branco,
rasgada em uma das mangas, onde havia sido ferido durante um descuido
na batalha. Ela tocou-lhe o braço e ele lhe disse "não há
tempo... vamos embora..." pegando sua mão e puxando-a, ela o
acompanhou rapidamente, naquele dia havia escolhido ela mesma as
roupas mais leves e práticas, para facilitar sua fuga.
Correram
pelo longo salão em direção aos corredores laterais, mas já
podiam ouvir os passos apressados dos guardas do sutão, que vinham
de todas as direções. Ela sentiu um aperto no peito neste momento;
Quando viraram em um dos corredores se viram frente à frente com
vários guardas, ele gritou "vem" e a puxou para o outro
lado no corredor mas era tarde e eles estavam cercados; Ele sacou o
sabre e a colocou para trás dele... Neste momento, ouviu-se palmas e
uma risada irônica, passos lentos e arrastados pelo corredor, ela
tocou-lhe o braço, segurando-o, podia sentir as pernas
fraquejando...
Ele
estava tenso, segurada firmemente a espada, com a respiração
controlada, observava ao redor tentando descobrir algum meio de
escapar, mas eram muitos os soldados, sentia as mãos dela geladas na
sua pele. Alguns soldados abriram espaço, quando o sultão
aproximou-se cessando as palmas: "Muito bem... Belo espetáculo
o seu... "; Falou sorrindo, olhando-o de cima abaixo, porém
quando seus olhos pousaram nela, seu sorriso se extinguiu. A
raiva começou a fazê-lo tremer, gotas de suor brotavam na sua testa:
"Peguem-na!"; ordenou o sultão, Samir adiantou-se movendo
o sabre, mas ela tocou seu braço, passando para a frente dele,
fazendo-o baixar a arma.
Ele
segurou-a, suplicando-lhe com o olhar para que ela não cedesse, mas
ambos sabiam qual seria o fim...
Os
guardas a puxaram pelos braços, enquanto outros o seguravam e
desarmavam. A levaram para a frente do sultão que a olhava com ódio;
Dirigiu um olhar para Samir e com um aceno da cabeça apontou a adaga
que pertencia à ela e que ele lhe dera de presente... O conselheiro
então aproximou-se do preso que estava sendo segurado pelos guardas,
com um gesto fez com que os mesmos levantassem a cabeça dele,
puxando-o pelos cabelos... Um dos soldados lhe estendeu a adaga e ele
levou-a ao sultão que a pegou com as mãos trêmulas de ódio.
O
homem que a segurava curvada, a puxou para que ficasse ereta perante
o soberano, que desembainhava a adaga cuja lâmina reluzia à luz das
lamparinas que iluminavam os corredores, ela arregalou os olhos,
sabia que morreria e junto com ela morreria o fruto do seu amor
proibido, a criança que carregava e a quem já dava tanto carinho...
O
sultão aproximou-se, com a adaga nas mãos, olhando-a nos olhos. Ele
a amara, amara verdadeiramente e de uma maneira que jamais amara
qualquer outra, porém esta ferida que ela lhe causara estava
dilacerando-o inteiramente... Tocou-lhe o rosto, passando os dedos
pelas lágrimas que lhe molhavam as faces e não paravam de escorrer,
Samir tentou se soltar no outro lado, mas um dos soldados lhe deu um
soco no estômago, ela olhou na sua direção e abafando um soluço,
as lágrimas caindo cada vez mais.
Derepente
sua cabeça foi puxada com força para trás, pelos cabelos, quase no
mesmo instante, um dos homens que segurava Samir o fez levantar a
cabeça para assistir. O sultão olhou-a nos olhos novamente e cravou
a adaga em seu ventre.
Ela
abrira a boca em um grito mudo, apertando os olhos, sentindo a dor
mais insuportável que poderia imaginar, suas pernas enfraquecendo...
A
adaga era girada e movida de um lado a outro dentro de sua carne e
seu sangue escorria quente por suas pernas e pingava no chão,
formando uma poça. A última coisa que ouvira fora o grito de seu
amado, antes do mundo à sua volta se tornar apenas o ruido do
coração de seu filho, que diminuia aos poucos, sentiu seus joelhos
cederem e no chão, levou as mãos ao ventre ensanguentado,
apertando-o...
Já
não sentia mais a vida dentro de si, ouvia seu próprio coração
abandonando-a. Ela deixou o corpo cair para o lado, o rosto no chão
frio, olhou para seu escolhido, Samir, que chorava e lutava para se
soltar. Viu quando os soldados iniciaram o espancamento que o levaria
à morte, mas não sentia mais, só o frio e derepente: nada."
Muuuuito bom... imaginei cada detalhe... é como ler um livro!!!
ResponderExcluirParabéns, escreves muito bem!
bjus